22 novembro 2020

Domingo de manha. A vida não pára, recomeca. Ha quem diga que é ao Domingo que comeca a semana, nao podia descordar mais. O Domingo é aquele dia que prende, te prende, ao passado, ao ultimo amor, ao ultimo beijo. Vejo-me presa a tentar pensar noutra coisa. Mas é Domingo. Deitada a dois sem ter espaço para com quem me deito. Antes tivesse. Antes me arriscasse a mergulhar no incerto banho que me preparaste. E a culpa nem é tua. Vivemos numa situacao perfeita para me vir, outra vez, pela milesima vez, com a desculpa, não és tu, sou eu. E é verdade. Não és tu. Sem dúvida que não é a tua forma peculiar de amar, não é o carinho que tens retirado da gaveta frágil que me faz sentir mais amada que pessoa. Sou eu. Eu e a minha maneira louca de me apaixonar em simultâneo. Como é que podes amar duas pessoas ao mesmo tempo? Não há espaço para ambos. Mal há espaço pra mim. Faço contas de cabeça. Toda a gente sabe que sou péssima a matemática, mas sou pior ao amor. Mas se um mais um são dois e a dois já se dança o tango porque é que continuo a olhar para um banco vazio? Quente mas vazio, enquanto danço pelas ruas das nossas almas? Porque é domingo?

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