16 agosto 2023

Haverá outro lado da moeda?

Vejo-me constantemente presa. Presa de mim mesma. Presa que tortura, presa que não liberta, massacra. Será que é possível não querer nada? Nao querer o bem nem querer o mal. Ansiar uma certeza constante sem decisão. Escorregou e caiu. Será que nunca saberei ser? O que é isso a que chamam de felicidade? Come-se? Há em comprimido? Bebo com água ou com vinho? Pareço resumir-me a tristezas. Resumo-me a triste. A ver o copo meio vazio. A ver o copo cair. A ver o copo sem nada. A ver o copo perder equilíbrio e partir no chão em mil pedaços. Pedacinhos. Quase que te vejo agora. No chão. Sem nada. Em pedacinhos.

20 janeiro 2023

Note to myself: Preciso de voltar a escrever

Porquê? Porque é que me vejo sempre encurralada de mim mesma. Quero sair, preciso de sair. Afundo-me cada vez mais na incógnita de quem sou, no porquê de não conseguir ser quem quero, quando quero, como quero. Tenho medo de me encontrar dentro do meu próprio labirinto, devia seguir as regras mas ignoro o manual como se não tivesse sido eu a cria-lo. Eu sei por onde vou! Saberei? Quando imploro pela luz ao fundo do túnel, encontro-a e fujo dela. Uma constante repetição de erros e de fracassos. A soma deixa-me cega. Cega que não quer ver. Não sei para onde vou e não sei se vou por ai. Palavras soam-me melhor cá dentro, ações também. Sou aquilo que dou aos outros e principalmente a mim própria. Como é que é possível alguém dar tanto e tão pouco ao mesmo tempo. Dou-me tão poquechinho. Devagar se vai ao longe mas eu não vou a lado nenhum. Cabra cega. De onde vens? Deixa-a ir.

14 abril 2020


lu·to 1
(latim luctus-us)
substantivo masculino

1. Estar há uma hora a olhar para uma página em branco e só me sairem lágrimas.

24 janeiro 2020

Eu juro que as palavras me faltam quando és tu o sujeito. Que a saliva me escapa e que a garganta me seca. Que o peito aperta. Faltam-me as palavras, dou por mim parada a olhar para uma folha em branco sem conseguir explicar como é que isto aconteceu. Como é que me deixaste sem jeito, e como é que sem jeito já não me queres. Penso naquilo que poderia ter sido se tu não tivesses aparecido na minha vida, nem sei quem sou agora. Sinto-te por baixo da pele, és mais eu do que eu mesma. Quero-te mais do que a mim própria, o problema é esse.

16 dezembro 2019

Há menos tempo contigo mas abdicava de mim para ficar contigo...


Peço-te que me enlouqueças mesmo quando já o fazes. Sabia melhor quando o fazias sem querer. Era capaz de te escrever juras de amor, que juram um amor eterno que nem cartas de amor, sejam as cartas ridículas ou n...ridículas. Se escrevesse, fazia das minhas palavras livro, da primeira à ultima página, e dedicava-to a ti. Dizia-te para não insistires em ver o mundo a preto e branco, és de todas as cores. E que se não voas mais alto é porque tu não te permites. Foste tu que me mostraste as nuvens... Onde estão agora? Costumava dizer que as nuvens estão demasiado perto para o longe que me levas, mas sei tanto delas como de ti.