Vejo-me constantemente presa. Presa de mim mesma. Presa que tortura, presa que não liberta, massacra. Será que é possível não querer nada? Nao querer o bem nem querer o mal. Ansiar uma certeza constante sem decisão. Escorregou e caiu. Será que nunca saberei ser? O que é isso a que chamam de felicidade? Come-se? Há em comprimido? Bebo com água ou com vinho? Pareço resumir-me a tristezas. Resumo-me a triste. A ver o copo meio vazio. A ver o copo cair. A ver o copo sem nada. A ver o copo perder equilíbrio e partir no chão em mil pedaços. Pedacinhos. Quase que te vejo agora. No chão. Sem nada. Em pedacinhos.
speaking soul
16 agosto 2023
20 janeiro 2023
Note to myself: Preciso de voltar a escrever
Porquê? Porque é que me vejo sempre encurralada de mim mesma. Quero sair, preciso de sair. Afundo-me cada vez mais na incógnita de quem sou, no porquê de não conseguir ser quem quero, quando quero, como quero. Tenho medo de me encontrar dentro do meu próprio labirinto, devia seguir as regras mas ignoro o manual como se não tivesse sido eu a cria-lo. Eu sei por onde vou! Saberei? Quando imploro pela luz ao fundo do túnel, encontro-a e fujo dela. Uma constante repetição de erros e de fracassos. A soma deixa-me cega. Cega que não quer ver. Não sei para onde vou e não sei se vou por ai. Palavras soam-me melhor cá dentro, ações também. Sou aquilo que dou aos outros e principalmente a mim própria. Como é que é possível alguém dar tanto e tão pouco ao mesmo tempo. Dou-me tão poquechinho. Devagar se vai ao longe mas eu não vou a lado nenhum. Cabra cega. De onde vens? Deixa-a ir.