07 dezembro 2018

Yiruma, não te ouvia há tanto tempo...


Dou por mim mergulhada numa música que já me amparou das maiores quedas. Aliás, que caiu comigo e que se levantou comigo. Passaram três anos e a minha vida continua um ciclo vicioso e perigoso. Leio-me e sinto-me. Constantemente na merda. Não sei quem sou. Não sei quem era. Só me sabia mais autentica. Sou-me um conto de falhas. Um presente a desejar loucamente um corpo e uma mente do passado, um outro eu. Um eu seguro de si mesmo, era eu. Quem era eu? Que fazia das teclas pista de dança, que nem sabia acalmar o incrível que havia dentro de mim. Parece-me apodrecido, cheira mal. As músicas são as mesmas mas a alma não é. Quem queres tu enganar? Que sangue é que, agora, te corre nas veias? Se houvesse uma possibilidade de o sangue se alterar tu serias a prova. Quem deixa de ser quem é não merece o sangue de quem foi. Vejo-me perdida por entre um labirinto ao qual sou eu mesma que não me garanto a saída, não me facilito. Cada vez mais o mapa me parece menos legível e quem sou eu? A história repete-se. Seja com quem for, não sou sozinha. Tenho de deixar de ter medo de me confessar. Por isso é que me está a ser tão difícil de voltar aqui. Já não falo há tanto tempo quanto tempo deixei de escrever. Escrever era o meu escape, depois passaste a ser tu e agora que não sei de mim a que ombro é que encosto a cabeça? Quem és tu? Yiruma, não te ouvia há tanto tempo... Parece que chegaste como flores na primaveira. Estendi-te a mão e não parei. Não me deixei recuar. Aqui estou eu a meio caminho deste percurso que se chama: voltar a ti voltando a mim. Quem és tu?

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