21 março 2015

Que copo? Perguntas tu


Escrever não me faz justiça. Continuo a preferir a sala de luzes apagadas. Insistem em pelo menos uma. Pelo menos uma luz. Para que nunca esteja completamente só. Às escuras. As maiúsculas zangam-se e escondem-se. Ao contrario de mim que me confundo com a música e nunca com o espaço. É difícil ser-se invisível. Trocam-se acentos e a escrita? Cansada, não me sabe a nada. Escrever nunca foi uma dança de teclas. Deslizo-me e mentalizo-me. Hás-de chegar lá. Há quem não seja com H. Existir? Agir. Letras que me escravizam. Por mim não parava mas o som não está alto o suficiente. Pressionar? Contra os ouvidos. Cansei-me de escrever sobre ti, ouvir-te. Não faço mais nada. Não, sentir. É pior. Não ouvir... Mas ouço. O ecrã acende e não sais de casa mas sais do corpo. Já sei. Quando começa a ser sobre ti, mais uma vez, para variar, repetidamente angustiante, exaustivo, já faz sentido. O que seria se não fizesse sentido. E o que parecia tão difícil e complexo de exprimir. Desenrolam-se assuntos que precisam de ser falados. Mas nós não, não precisamos de falar. Tudo o que foi dito, esclarecido. A verdade é que não foi dito, interpretado. E não me digas que foi mal interpretado quando eu digo, e é imperativo... (Não me fodas)! Não há como rodear, não há o que inventar, dizer. Filosofias que me chateiam e já sei, se ela soubesse não subia. Sofia. Mas eu não pensava duas vezes. Contigo não.. Pensa. Calma... Agir. Já não me escravizam. Tu não me escravizas. E eu que dizia que ia ser dificílimo de arrancar alguma coisa cá de dentro. Fácil. Easy. Ridículo. Ingénua e que não se repita - diz quem se preocupa. Mas eu não. Me preocupo. Repito-me em vez. Existem demasiados.. mas, na minha vida. Já chega. Farta de me condicionar a tremores de emoções e copos que se entornam porque o meu corpo não estabiliza, nem o corpo nem a mente. E penso em pousar o copo, em larga-lo... Larga o copo, de uma vez por todas, larga a puta do copo.

8 comentários:

Inês Sucena disse...

A tua escrita é um copo cheio de água que faz justiça a qualquer sede humana

Anónimo disse...

Escrita maravilhosa como sempre. Não sei se ainda te lembras de mim doce mas estou a tentar voltar a escrever com a mesma vontade de antigamente e não consegui evitar visitar-te, as saudades das tuas palavras são muitas. Nunca deixes de escrever porque encantas qualquer pessoa.

Marta'Santos disse...

Também não sei pequena, a vida prega-nos demasiadas partidas
Este texto está qualquer coisa

Marta'Santos disse...

Fantástico

Anónimo disse...

Fico feliz então! Estou bem, dentro do possível e tu?

Inês Sucena disse...

Tudo o que mereces, flor!

Mariana Santos disse...

"O ecrã acende e não sais de casa mas sais do corpo. Já sei. Quando começa a ser sobre ti, mais uma vez, para variar, repetidamente angustiante, exaustivo, já faz sentido. O que seria se não fizesse sentido." começei e não parei. Adoro, adorei. Cá voltarei!!

beijinho :)

Anónimo disse...

Ainda bem, tinha saudades deste teu cantinho